terça-feira, 6 de outubro de 2009

Reforma psiquiátrica e a mídia.

A influência da mídia na psicanálise tem sido causa de muitas discussões. Recorrendo a artigos que trazem dados sobre o tema, verificamos que em 1972 os diários “O Globo” e o “Jornal do Brasil” tratavam diretamente de aspectos relacionados à saúde mental, detectando que a maioria deles retratava temas clássicos, isto é, relacionados a diagnósticos e a tratamentos tradicionais, quer medicamentosos quer psicoterapêuticos.

No artigo do Jornal do Brasil encontramos uma declaração do psiquiatra Paul Sivadon que prevê o fim do manicômio dentro de 30 anos, afirmando que as doenças mentais seriam tratadas como as outras doenças.


Trinta e poucos anos depois da declaração o que podemos perceber é que a doença ainda não é aceita, e que a mídia colabora para esse processo tratando os doentes mentais como pessoas perigosas e muitas vezes denominando-os criminosos.


A verdade é que, entre 1965 e 1970, a depressão se estabelece com vigor no seio da medicina geral e se expande, por intermédio da mídia, a toda a população. Os laboratórios, as revistas, os jornais, a televisão, cumprem o seu papel.


A grande imprensa tem se mostrado uma aliada da reforma psiquiátrica, divulgando projetos e ações a ela vinculada (novos dispositivos de atenção, projetos de reinserção social, residências terapêuticas, propostas de geração de renda etc.), embora nunca deixe de conceder algum espaço aos tradicionalistas. Por outro lado, porém, é importante estar atento, simultaneamente, aos modos contemporâneos de comunicação e informação.


O apoio midiático à reestruturação da atenção psiquiátrica na América Latina é recomendado na Declaração de Caracas (OPAS, 1990) e muito presente nas Conferências Nacionais de Saúde Mental e na legislação recente, sendo abordado em jornais de diversos estados do Brasil.

É coisa de maluco!



As transformações sociais, tecnológicas, econômicas e outras interferem diretamente na nossa vida. Vivemos em um mundo competitivo, incerto, indeterminado e complexo, e isso, muitas vezes, nos torna insensíveis diante do próximo.

A Humanidade passa por um momento importante, em que diversas crises se sobrepõem, e podemos perceber que uma ruptura com velhos paradigmas está para acontecer. Novas formas de trabalhar e novos modelos de organização e gestão de tudo que leva a assinatura humana (governação, política, economia, saúde, etc.) devem ser reestruturadas.

Os velhos e desgastados modelos mentais que nortearam a sociedade humana até o ponto da falência em que vivemos não são mais confiáveis. As nossas preocupações pessoais têm nos tornados desatentos e ignorantes. O ser humano transformou o mundo, incluindo a Natureza, mas não acompanhou a velocidade da mudança dos acontecimentos, e poucos foram os que entenderam o que realmente está a mudar nas nossas vidas e as conseqüências e resultados.

A sociedade está doente, aliás, hoje o normal é ser doente e estressado. O sistema capitalista transformou os homens em máquinas de consumir, em contas bancárias a serem exploradas. Conquistamos a democracia, a preço de sangue, e continuamos a viver como escravos. As pessoas enganam-se pensando que são livres para pensar e sentir o que desejam, mas se atormentam por coisas que ainda não aconteceram, ou por pseudonecessidades.

Os sentimentos que estimulam os sonhos, os planos, o enfrentar riscos para evoluir, amadurecer foram substituídos nas sociedades modernas por fábricas de estresse doentio, que bloqueiam a inteligência, obstruem o prazer e geram ansiedade, dores musculares, dores de cabeça, fadiga excessiva.

Mais de dois terços das pessoas sofrem de estresse nas sociedades atuais, como comprovam as estatísticas, e a grande maioria faz uso continuo de medicamentos, muitas vezes influenciado pela mídia, que desinformada divulga suposições como verdades cientificas, noticia teses de que a psique é química, e sem ter consciência, contribui para os lucros elevadíssimos das empresas farmacêuticas.

Não existe mais tempo para a tranqüilidade e para a educação. As pessoas não apreciam mais as flores, nem os pássaros e nem a chuva. Ninguém mais tem tempo para conversar, sorrir e cantar, sem compromisso, sem importar-se com o que vão pensar os outros.

Temos de ser gestores do nosso tempo, caso contrário somos vítimas do nosso próprio sucesso, pois, a felicidade não é linear, não é fruto de uma casta ou um dom genético. Ela é um processo de conquista. Quem faz das pequenas coisas um espetáculo para os olhos, encontrou a felicidade.