terça-feira, 11 de março de 2008

A Polêmica Continua!

Em pleno auge da discussão sobre a validade dos artigos da Lei de Biossegurança que autorizam a pesquisa científica com embriões humanos, a Igreja Católica divulga os "Novos Pecados", classificados como modernos e sociais, entre eles estão: Manipulação genética, Uso de drogas, Desigualdade social e Poluição ambiental.
Sabendo que um dos principais oponentes da pesquisa com células-tronco embrionárias no Brasil é a Igreja Católica, é fundamental que as pessoas entendam, segundo a bióloga Mayana Zatz, uma das maiores especialistas em células-tronco do país, com quase 300 artigos publicados, que não existe uma briga dos cientistas com a Igreja Católica, mas que a decisão que o Supremo Tribunal Federal vai tomar diz respeito a toda sociedade, o que não pode acontecer é a desinformação.
Muitas pessoas confundem estudos com células-tronco embrionárias com aborto. O que para a bióloga é um absurdo, pois do ponto de vista médico, enquanto os embriões não têm células nervosas, nem estão no útero, não são seres vivos.
Mesmo não existindo um consenso sobre quando começa a vida, segundo a bióloga, um embrião de até catorze dias, sem nenhum indício de células nervosas, não pode ser considerado um ser vivo, visto que, quando o cérebro pára, a pessoa é declarada morta.
Contudo, com a divulgação dos "Novos Pecados", especialmente o que trata diretamente desse assunto: A Manipulação Genética, juntamente com a Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, que tem como tema esse ano a defesa da vida e critica o uso de embriões em pesquisas,
fica mais complicado para a sociedade tomar uma postura a favor ou não diante desse cenário.
Apesar de tanta informação, sempre restará uma duvida, já que não há conclusão exata científica para o início da vida. Mas vale lembrar que uma decisão a favor dessa liberação, pode no futuro trazer muitos benefícios para tratamentos, como por exemplo diabetes, doenças neuromusculares e Parkinson.
Acredita-se que o Judiciário, terá que agir mais com ética do que por valores morais, ao tomar essa decisão, levando em conta as milhares de vidas que serão beneficiadas por estas pesquisas, afinal, se amanhã houver no exterior a cura para doenças neurodegenerativas ou para pessoas paraplégicas, quem tiver dinheiro vai se tratar lá fora. Os pobres, o que vão fazer? É improvável que o SUS vá cobrir os custos do tratamento em outro país.

2 comentários:

Unknown disse...

A autora refere-se ao texto com imparcialidade sobre o assunto que é de importância não só para quem possui alguma deficiência citada, entretanto a comunidade geral, pois seria o inicio de pesquisas de grande valia para o brasil que está paralizada pela questão religiosa.
Parabéns autora, muito sucesso pra ti Gilki...

Julhão Souza disse...

Muito oportuno o momento pra você colocar esse assunto em pauta. Acho que o mérito do assunto esta sendo desviado pra uma luta entre ciência e religião, a qual não encontra mais espaço na sociedade moderna. Devemos sim nos ater, como diz o artigo, ao caráter clínico da questão, mostrando através deste o verdadeiro objetivo desse tipo de pesquisa. Infelizmente a sociedade brasileira é especialista em desviar o assunto, por isso precisamos que mais pessoas como vc continuem tocando na ferida e mostrando textos esclarecedores como esse. Parabéns pela maneira simples e conclusiva com que abordaste o tema.